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Sep 6Liked by maju gonçalves

Eu acho que não dá pra chamar de fuga total do tema, não. Muita coisa mudou e muita coisa vai mudar sempre. E essa é justamente a beleza da vida. É lindo porque é o que é, é triste porque acaba e é lindo porque é triste porque acaba. Às vezes, quando eu me sinto triste ou com raiva do mundo e tenho vontade de me isolar-no-topo-de-um-morro-pra-sempre, me desafio pensando no quanto mesmo isolada-no-topo-de-um-morro-pra-sempre a minha vida dependeu, depende e vai depender da vida de outras pessoas. Alguém vai construir (ou pelo menos me ajudar a construir) a minha casa e esse alguém vai ter aprendido a construir casas com outro alguém, que por sua vez aprendeu com outro alguém. Mesmo se eu mesma plantar 100% da minha comida, alguéns passaram vidas observando a natureza e descobriu que era possível plantar comida e esses alguéns ensinaram pra outros alguéns e isso, de alguma forma, chegou até mim pelo Youtube no maravilhoso canal Vida Verde Sistemas Sustentáveis. A interdependência não tem fim. Às vezes eu fico brava com isso, porque percebo que seria impossível viver-isolada-no-topo-de-um-morro-pra-sempre e sim, eu preciso lidar com as coisas que eu não gosto da sociedade. Às vezes eu me sinto grata porque essa percepção me ajuda a valorizar os encontros repentinos que me tornam uma nova Marcela instante a instante e momento a momento. E alguns duram anos, viagens, casa e cachorros.

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